Audiência discute requalificação do trânsito de Salvador

O auditório da Biblioteca Pública Estadual, no bairro dos Barris, foi o espaço escolhido para sediar a segunda audiência pública para discutir o transporte público de Salvador, na manhã dessa quinta-feira (12/7). Dessa vez, o debate foi sobre a proposta de concessão do transporte coletivo e contou a presença de autoridades, secretários e técnicos da Prefeitura e de representantes de diversos segmentos da sociedade e do Ministério Público (MP).

No encontro, funcionários da Setin (Secretaria Municipal de Transportes e Infraestrutura) apresentaram o projeto de base que pretende requalificar todo o sistema de transporte da cidade. A proposta contempla a construção de 40 km de novas vias, integração modal, união com a região metropolitana, reforma das linhas de trem e implantação de um serviço de informação, para que os passageiros acompanhem o trajeto e os horários dos veículos.

Depois da apresentação, foi aberto um momento para as pessoas se manifestarem sobre o projeto. A maioria das manifestações populares foi contrária à ideia da Prefeitura, principalmente no que refere à acessibilidade, a presença dos trabalhadores ambulantes nas estações de transbordo e o valor a ser cobrado pelos bilhetes.

O PCdoB foi representado na audiência pela candidata a vice-prefeita na chapa de Nelson Pelegrino (PT), Olivia Santana, e pela vereadora Aladilce Souza, que atua na causa na Câmara Municipal. Aladilce falou da dificuldade em discutir o transporte da cidade e criticou a falta de divulgação e a centralização dessas reuniões.





“A gente precisa levar esse debate com a magnitude que ele tem para a população de Salvador. O que nós estamos vendo é uma diversidade de problemas.”, discursou a vereadora. Aladilce criticou também a predominância dos ônibus no sistema, o que, para ela, não acompanha o que está acontecendo no mundo, quando o assunto é mobilidade urbana. “Precisamos de um sistema moderno, que contemple os diversos modais, como o trem, o metrô, os planos inclinados”, defende.

Concessão

Outro ponto da discussão que provocou polêmica foi a duração do contrato com a empresa concessionária que deve administrar o novo sistema de transporte. A Prefeitura propõe que seja definido um vínculo de 50 anos, sendo 25 iniciais e outros 25 de renovação. O tempo foi considerado longo pelos participantes.

Copa

O principal argumento dos que eram contra o projeto apresentado foi de que há uma pressa na execução dos trabalhos de requalificação do sistema de transporte por conta da proximidade da Copa de 2014. Esse seria o motivo para a elaboração de uma proposta que não leva em conta as especificidades e demandas da cidade, porque não haveria tempo para análises mais criteriosas.

A Prefeitura de Salvador, no entanto, rebateu as críticas e defendeu que o projeto já vem sendo pensado muito antes de Salvador ser confirmada como uma das cidades-sede dos jogos da Copa e que algumas questões poderão ser alteradas, a partir da participação popular no debate. Antes de ser concluída a proposta, outras audiências acontecerão, mas ainda não há data prevista.

Fonte: Correio do Brasil





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