Policial suspeito de homicídio em Salvador é alvo de processo por bater na mãe

O policial civil suspeito de matar o empresário Silvio Ricardo Andrade, de 41 anos, no mês de outubro, em Salvador, responde a processo na Corregedoria de Polícia Civil por agressão contra a mãe. Os detalhes sobre os crimes atribuídos ao policial foram passados na manhã desta terça-feira (27), no auditório da Secretaria de Segurança Polícia do Estado (SSP-BA), no Centro Administrativo, na capital baiana.

O policial civil de 43 anos é lotado na Delegacia de Defesa do Consumidor (Codecon), em Salvador. Ele foi preso na sexta-feira (23), em cumprimento a um mandado de prisão temporária depois que os investigadores da 2ª Delegacia de Homicídios analisaram os dados da arma de onde partiram os disparos contra o empresário e detectaram que pertencia ao agente.

O suspeito foi preso no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, durante audiência na Vara de Violência Doméstica, onde responde por agressão contra a mãe. “Ele já tem um histórico de agressão familiar, e ficamos sabendo da audiência, ele não resistiu [à prisão]. Não temos informações de distúrbios profissionais, mas com seus familiares, distúrbios familiares, o que já era fruto de investigação da Corregedoria”, disse o secretário de Segurança Maurício Barbosa.

A polícia utilizou um sistema eletrônico de identificação balística, que apontou a relação entre o projétil encontrado no dia do crime e a arma do policial. “O laudo é bastante técnico, que dá uma precisão de 99,99% de certeza que o projétil encontado foi deflagrado atraves desta arma. Os álibes e as testemunhas do policial não confirmaram [a versão de inocência apresentada pelo agente], o que de fato aumentam os indícios contra esse policial. E ainda há o argumento de que a arma não saiu de sua posse desde que foi cargueada na Polícia Civil”, explica Barbosa.

“Foi um caso bastante sério, bastante grave, mas também pela banalidade com que foi cometido, por todas as circunstâncias e, principalmente, por ser integrante da nossa polícia”, completou Maurício Barbosa.

A arma do crime foi apresentada nesta terça-feira, mas o policial, segundo Maurício Barbosa, não esteve na apresentação. “Temos um sistema Judiciário que, infelizmente, em alguns caso de policialis que são participantes de crime, por uma questão jurídica qualquer, voltam a trabalhar em suas unidades. Então, [há] essa preservação. É também [preservação] dos companheiros que trabalham com essas pessoas. Se eu tivesse certeza que esses policiais seriam expulsos da polícia, faria a presentação sem problema algum”, alegou o secretário de Segurança.





Barbosa finalizou a entrevista ao afirmar que “as más condutas praticadas por integrantes das nossas corporações serão, de fato, apuradas, e depois do processo legal as penas serão aplicadas. É inaceitável que policiais venham a praticar crimes”.

O policial está detido temporariamente, na Corregedoria, por um prazo de 30 dias, prorrogável por outros 30 dias. A polícia aguarda o andamento do processo e há a possibilidade de expedição de um mandado de prisão preventiva, até que o julgamento seja marcado.

Sepultamento
O corpo do empresário assassinado foi enterrado no cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas, no dia seguinte ao crime. Amigos e familiares dele, que também era campeão baiano de motovelocidade, estavam muito emocionados.

“Nós estamos muito abalados, principalmente porque ele sempre foi uma pessoa muito da paz, tranquila, na dele, só cuidava do esporte, campeão de motovelocidade. O que a gente quer dizer é que a gente seja mais tolerante no trânsito, as pessoas não podem sair de manhã, armadas e por um motivo tão pequeno atirar e terminar matando uma pessoa. Em nome da família eu queria que isso não acontecesse com ninguém. Nós não queremos que aconteça com ninguém. A gente espera que o crime seja punido, que a justiça se faça”, disse na ocoasião Tina Rocha, cunhada da vítima.

O rapaz pilotava uma moto e, segundo relatos de testemunhas à polícia, o assassino atirou depois que a vítima fez uma manobra e quebrou o retrovisor do carro dele.

“Essa briga teria sido motivada por uma ultrapassagem que o motociclista fez e quebrou o retrovisor do veículo do autor do crime”, disse o delegado Antônio Oliveira ainda no local do crime.

O comerciante era dono de uma oficina de carros em Salvador e morava no Litoral Norte. Ele morreu no trajeto que fazia diariamente para trabalhar. Segundo perícia feita no local do crime, o homem foi morto com dois tiros. Um deles atingiu o peito da vítima. Uma bala também pegou na mochila do comerciante, que morreu no local.

Segundo a polícia, a discussão no trânsito começou a uns 400 metros do local do crime. O motociclista, mesmo baleado, ainda conseguiu pilotar até o trecho bem em frente à rodoviária de Salvador, onde caiu.

Fonte: G1





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