Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul chega a Salvador

Acontece, entre os dias 13 e 18 de dezembro, em Salvador a 8ª edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, realizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em parceria com o Ministério da Cultura, que vai exibir, gratuitamente, 38 filmes na Sala Walter da Silveira, nos Barris. Os filmes dividem-se nas categorias: Mostra Competitiva de longas, médias e curtas, em que as plateias elegem os melhores filmes através de uma votação, Mostra Homenagem – Vladimir Carvalho e Mostra Cinema Indígena. Mais informações: (71) 3116-8120.

A mostra será aberta nesta sexta-feira, às 18h, com a exibição dos filmes A Onda traz, o vento leva, de Gabriel Mascaro, que conta história de Rodrigo que é surdo e trabalha numa equipadora instalando som em carros e faz uma jornada sensorial sobre um cotidiano marcado por ruídos, vibrações, incomunicabilidade, ambiguidade e dúvidas e Uma História de Amor e Fúria, de  Luiz Bolognesi, na trama um homem com quase 600 anos de idade acompanha a história do Brasil, enquanto procura a ressurreição de sua amada Janaína. Ele enfrenta as batalhas entre tupinambás e tupiniquins, antes dos portugueses chegarem ao país, e passa pela Balaiada e o movimento de resistência contra a ditadura militar, antes de enfrentar a guerra pela água em 2006.

São filmes em formato digital que circulam, alternadamente, pelas 27 capitais brasileiras e interior do País, entre eles Quando a casa é a rua, de Thereza Jessouroun. O que leva crianças e jovens a viver nas ruas? O que faz com que deixem as ruas? O documentário procura responder essas perguntas com depoimentos e imagens cotidianas de jovens que cresceram nas ruas da cidade do México e do Rio de Janeiro.

Com material gráfico distribuído gratuitamente, a 8ª MCDH na América do Sul garante também acessibilidade: toda a filmografia é exibida com closed caption para pessoas com deficiência auditiva e haverá sessões com audiodescrição para pessoas com deficiência visual. “Nossa proposta é utilizar a linguagem cinematográfica para estabelecer um diálogo direto com a população. A Mostra tem o importante papel de disseminar e fortalecer a educação e a cultura em Direitos Humanos, especialmente de forma a alcançar os setores historicamente excluídos ou com menos acesso a bens culturais, tratando do enfrentamento a todas as formas de violações de direitos”, conta a ministra de Estado-Chefe de Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes.

Coordenador da oitava edição da Mostra e Chefe do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF, o professor Cezar Migliorin diz que o cinema traz as perguntas e práticas dos direitos humanos para o cotidiano, para as narrativas e histórias de vida que frequentemente seguem à margem das grandes mídias ou das narrativas dominantes. “É forte em denunciar as cenas em que os direitos são perversamente divididos em constantes processos de exclusão, mas é ele também que tem a possibilidade de antecipar as cenas do direito de todos, inventando formas de vida que ainda nem sabemos possíveis”, explica.

Mostra Competitiva

Com mais de 150 inscrições, a curadoria da Mostra Competitiva, formada pelo cineasta Francisco Cesar Filho e estudantes da UFF, escolheu 24 filmes de diferentes países da América do Sul, sendo 13 longas, 07 médias e 04 curtas. Os filmes selecionados abordam livre e criativamente diversos temas relacionados aos Direitos Humanos, como inclusão das pessoas com deficiência, diversidade sexual, direito à memória e à verdade, população de rua, preconceito racial, direito ao trabalho digno, entre outros, sempre primando pela qualidade cinematográfica. Com um foco em comum: o fortalecimento da educação e a da cultura em Direitos Humanos, o respeito às diversidades, o exercício da cidadania, o compartilhamento da responsabilidade social e o agenciamento coletivo de forças afirmativas da dignidade humana. Unindo originalidade estética e apuro técnico, a Mostra conduz assim o debate crítico, político e transversal que o tema enseja.





Nascido em Itabaiana, na Paraíba, e radicado em Brasília, Vladimir Carvalho fez do cinema uma forma de pensar e intervir no mundo. Nos últimos 50 anos, dirigiu filmes sempre implicados com os destinos do país e de seu povo. Como poucos, Vladimir fez do documentário um ato político e frequentemente poético. Nesta homenagem, cinco de seus mais de 20 filmes serão apresentados:  Conterrâneos Velhos de Guerra  (1991); Brasília Segundo Feldman  (1979); O País de São Saruê (1971); Barra 68 – Sem Perder a Ternura (2001); O Evangelho Segundo Teotônio (1984).

Cinema Indígena

Nos últimos anos, a produção imagética realizada por cineastas indígenas cresceu no país, marcada por abordagens estéticas e políticas. O cinema desses realizadores contribui para o fortalecimento das lutas pelos Direitos Humanos dos indígenas. Os quatro filmes escolhidos pela curadoria para a 8ª MCDH na América do Sul são exemplares contundentes da renovação de sua luta política a partir da apropriação da tecnologia por diversas etnias que constituem os povos indígenas no Brasil.

Além dos filmes constituintes de cada categoria, serão exibidos títulos convidados, compondo o Programa Especial, como é o caso do documentário produzido pela SDH – Paredes invisíveis: Hanseníase Região Norte – e dos filmes produzidos pela ONU: Os Descendentes do JaguarTransformer: AKColombia: Wayuu “Gold” e  Argentina: Dreaming of a Clean River.

Programação

13 de Dezembro
18h A onda traz, o vento leva (28’) – Uma história de amor e fúria (75’)

14 de Dezembro
14h –  Codinome Beija-Flor (16’) – Repare bem (95’)
16h –  O prisioneiro (24’) – Ilegal.co (70’)
18h –  Kene Yuxi, as voltas do Kene (48’)
20h –  Conterrâneos velhos de guerra (153’)

15 de Dezembro
14h –  Caixa d´água: Quilombo é esse? (25’) – Doméstica (75’)
16h –  Brasília segundo Feldman (22’) – O país de São Saruê (80’)
18h –  As hipermulheres (80’)
20h –  Transformer AK-47s into gruitars (5’) – Colombia: Wayuu “Gold” (9’) – Argentina: Dreaming of a clean river (6’) – Los descendientes del jaguar (29’) – Paredes invisíveis: Hanseníase região Norte (37’)

16 de Dezembro
14h – Malunguinho (15’) – Paralelo 10 (87’)
16h –  Silêncio (12’) – Sibila (95’)
18h –  Leve-me pra sair (19’) – Kátia (74’)
20h –  Quando a casa é a rua (35’) – Em busca de um lugar comum (80’)

17 de Dezembro
14h –  Caíto (70’)
16h –  Os dias com ele (107’)
18h –  O evangelho segundo Teotônio (85’)
20h –  Acalanto (23’) – As Iracemas (84’)

18 de Dezembro
10h –  Barra 68 – Sem perder a ternura (82’)
14h –  Maio, nosso maio (12’) – Insurgentes (83’)
16h –  Carga viva (18’) – A cidade é uma só (73’)
18h –  Bicicletas de Nhanderu (48’) – PI’ÕNHITSI – Mulheres xavantes sem nome (54’)





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