Ladeira da Barroquinha Salvador

A Ladeira da Barroquinha Salvador é uma via urbana de Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia.

Em seu trajeto ascendente (ladeira) está localizado o Espaço Cultural da Barroquinha (antiga igreja da Barroquinha) e o casarão de número 8 (antigo Hotel Castro Alves).

Ladeira da Barroquinha Salvador

No entorno bem próximo, estão o Espaço Itaú Glauber Rocha e o Quartel do Corpo de Bombeiros. Situada no centro de Salvador e parte do Centro Antigo, faz conexão entre a Praça Castro Alves e uma das extremidades da Baixa dos Sapateiros (a Avenida J.J. Seabra), onde está o Terminal da Barroquinha.

O comércio de rua e o comércio ambulante é característico da área, notadamente aquele especializado em artigos de couro (bolsas, sacolas, sapatos, tapetes, chapéus, cintos, celas), mas também de roupas.

Barroquinha Salvador História

O presidente da Província da Bahia em 1851 era Francisco Gonçalves Martins, o Visconde de São Lourenço. Ele resolveu fazer uma reurbanização na cidade de Salvador. Na área da Barroquinha nessa época se concentravam os negros, que com a urbanização foram expulsos do local. Os negros e os terreiros de candomblé deslocaram-se para locais distantes para continuarem seus cultos. Assim, o candomblé da Barroquinha é referido como origem dos grandes terreiros de Salvador: Casa Branca do Engenho Velho (no Engenho Velho da Federação) e deste o Gantois (na Federação) e o Ilê Axé Opô Afonjá (em São Gonçalo do Retiro).

Na década de 2010, a ladeira foi objeto de projeto de requalificação arquitetônica elaborado pelo mesmo escritório contratado pelo Banco Itaú para converter o Cinema Glauber Rocha em unidade da rede Espaço Itaú de Cinema, o Metro Arquitetos Associados, da cidade de São Paulo. O projeto visou o fluxo de pessoas, o comércio ambulante, o trânsito de carros e o uso como estacionamento da rua (que é sem saída para carros) e as figueiras que cresceram sobre o muro da ladeira e comprometiam a estrutura. Durante as obras, os comerciantes foram transferidos para a Praça Castro Alves.

Na mesma década, o Largo da Barroquinha ainda esteve incluído no projeto de requalificação da Baixa dos Sapateiros levado pelo governo estadual da Bahia, por meio de Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), como parcela das ações sobre o Centro Antigo.

Já quanto ao governo municipal, a Barroquinha foi o centro do projeto Vila Cultural da Barroquinha, inserido no Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Sustentável e Inovação (Pidi), a fim da recuperação de áreas do entorno. Para isso, Prefeitura lançou edital em 2016 com incentivos fiscais à instalação de empresas e exploração de serviços artísticos (cinemas, escolas, de fotografia, de fonografia, galerias, gráficas, livrarias, teatros), turísticos (agências, bares, cafés, câmbio, lembranças, restaurantes) e de ofícios tradicionais (alfaiates, barbeiros, carpinteiros, sapateiros, serralheiros) na Barroquinha e vias próximas.

Baixa dos Sapateiros Barroquinha Salvador

A Baixa dos Sapateiros é o vale do Rio das Tripas, registrado desde o século 16 (veja um mapa de 1551). Por volta de 1612, o cartógrafo português João Teixeira Albernaz identificou a região como um brejo cheio de hortas que cerca a Cidade (veja a Planta).

No século 18, já existiam algumas construções, como a Capela de N.S. de Guadalupe. Entretanto, até o início do século 19, boa parte da Baixa dos Sapateiros ainda era um pântano. Desde o século 19, era conhecida como a Rua da Valla e a região tinha bastante vegetação e muitas árvores de jacarandá, cuja madeira era usada em construções da Cidade.





Por volta dos anos 1830, a região começou a ser urbanizada. Em 1862, a Rua da Valla foi completamente aterrada e, em 1865, tornou-se a primeira grande avenida de vale da Cidade.

Hoje, o Rio das Tripas passa, em grande parte, por dutos no subsolo, integrado à rede de saneamento.

A Baixa dos Sapateiros estende-se da Barroquinha ao Aquidabã. Desde o final do século 19, é um local de intenso comércio. Vários artesãos de calçados, os sapateiros, trabalhavam lá e existiam também armarinhos e lojas que vendiam produtos primários para os artesãos, como artigos de couro. Esse tipo de comércio envolvia também parte da Ladeira do Tabuão.

A Rua da Valla passou a se chamar rua J. J. Seabra, em homenagem ao ministro da Viação e Obras Públicas, de 1910 a 1912, e presidente da Bahia, em dois períodos: 1912 a 1916 e 1920 a 1924. No século 20, abrigou três grandes cines-teatros da cidade: o Jandaia, o Tupy e o Pax.

Centro Cultural da Barroquinha Salvador

A Igreja da Nossa Senhora da Barroquinha, construída entre 1722 e 1726, foi quase destruída por um incêndio em março de 1984 e se encontrava num estado de grande degradação. No passado, a igreja da Barroquinha, além de um templo católico, era um espaço ligado às tradições das nações africanas, sendo frequentada por mulheres “nagô-iorubás”, da nação Ketu e pela população e trabalhadores locais.

Em 1991, a Fundação Gregório de Mattos (FGM) desenvolveu o projeto do Espaço Cultural Barroquinha, como proposta de transformar as ruínas da Igreja, matriz do sincretismo religioso, em espaço cultural. À época foi celebrado um convênio com a Arquidiocese de Salvador e aprovada a implantação do projeto através da Lei de Incentivo à Cultura. Só em dezembro de 2002, foi assinado um contrato de patrocínio com a Petrobras visando à execução da primeira etapa das obras de recuperação do templo católico.

Depois de uma ampla reforma, recuperação e restauro das ruínas da Igreja, o Espaço Cultural da Barroquinha foi entregue ao público em março de 2009. Este local é o primeiro passo para interromper o processo de degradação de mais um patrimônio arquitetônico da cidade e contribui para estimular a vocação cultural de Salvador, servindo como ponto de encontro para a produção e consumo das artes.

O espaço tem capacidade para receber espetáculos de teatro, dança e música e conta com uma estrutura que inclui área para apresentações e platéia para 135 espectadores. Possui também uma sala de administração, foyer, camarins com sanitários exclusivos, área para exposições, memorial e um café de apoio aos eventos.

Barroquinha Salvador Lojas

Lojas na Barroquinha Salvador:

  • Alves Baby
  • Marivan Modas
  • Loja Chic Chic
  • Casa das camisetas
  • Casa Cavalcante

Barroquinha Salvador Fotos

Ladeira da Barroquinha Salvador

Mapa Ladeira da Barroquinha Salvador





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