Atendimento pelo SUS é retomado com restrições em Salvador

No dia 18 de fevereiro, hospitais e clínicas particulares de Salvador, que prestam serviço pelo Sistema Único de Saúde (SUS),suspenderam o atendimento alegando falta de condições técnicas e financeiras para manter o serviço. Em assembleia realizada na sexta-feira (1), na sede da  Associação dos Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), ficou decidido que o atendimento seria normalizado nesta segunda-feira (4).

A reportagem visitou algumas clínicas da cidade na manhã desta segunda-feira e encontrou os serviços operando, mas com restrições. A diarista Delzuita dos Santos, de 55 anos, conta que teve dificuldades ao procurar unidades de saúde na sexta-feira (1). “Desde sexta que eu procuro atendimento em emergências. Fui em quatro postos de saúde em Plataforma e não Hospital do Subúrbio e não consegui ser atendida. Eu cheguei lá caindo de dor e nada foi feito”, relata.

A fisioterapeuta Mônica Almeida, proprietária da Clínica CLIRF, no bairro do Barbalho, conta que por falta de repasse de verbas precisou demitir alguns funcionários da unidade.

“O sistema foi normalizado entre aspas, né? Não foi uma greve. Foi uma incapacidade de continuar o atendimento. Decidimos voltar à atender com restrição porque é o que a gente pode se responsabilizar. Não recebemos o mês de janeiro. O sistema de pagamento “Vida Mais” é bem problemático. No dia 28 de fevereiro, eu tive que demitir quatro funcionários”. Mesmo com as dificuldades, a fisioterapeuta se mostra otimista. “Apostamos que com esse governo essa situação melhore, principalmente para a população”, revelou.





A Secretaria Municipal de Saúde, através da assessoria, informou que o pagamento do mês de janeiro, que compete à atual gestão, foi realizado. No que se refere aos meses em aberto de 2012, a secretaria informou que são de responsabilidade da gestão passada. Quanto ao programa “Mais Vida”, a secretaria disse que as clínicas que não receberam a verba não estão devidamente cadastradas no sistema do programa.

Por conta do impasse, a CLIRF atende 50 pessoas através do SUS por turno, até que a situação seja normalizada. Segundo Mônica, uma nova reunião com o sindicato está marcada para o próximo dia 18 de março.

Em visita à Clínica IRTE, no bairro dos Mares, a situação era parecida. O atendimento pelo SUS era realizado, nesta segunda-feira, apenas para os casos de emergência e urgência, também por conta do pagamento atrasado referente ao meses de novembrto e dezembro. Na unidade, também houve demissões. “Hoje atendemos urgência e emergência, não estamos atendendo eletivo, devido à falta de pagamento dos meses de novembro e dezembro. A gente não pode deixar de atender, mas não estamos conseguindo cumprir com nossa folha de pagamento. Tivemos duas demissões desde janeiro”, conta Carla Bittencourt, gerente administrativa da clínica. De acordo com Carla, o dinheiro refente ao mês de janeiro não foi depositado.

Por meio da assessoria, o SINDHOSBA informou que a prefeitura de Salvador tem uma dívida de mais de R$19 milhões com as clínicas e hospitais privados, referentes aos meses de novembro e dezembro de 2012.

Fonte: G1





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